Bailarinos de sete nacionalidades convivem com uma miríade de músicos e de músicas, para em conjunto produzirem uma amálgama de sons e sentidos, sinalizando assim este território sem fronteiras levantado em palco. Rui Horta roubou o título desta sua criação (As Lágrimas de Saladino) ao 10.º capítulo de As Cruzadas Vistas pelos Árabes, de Amin Maalouf. Quando entrou em Jerusalém no ano de 1187, após 91 anos de sangrenta ocupação pelos combatentes cristãos do Ocidente, Saladino deu ordens aos seus soldados para evitar a pilhagem e o massacre. Quando a religião volta a ser o ponto de todas as discórdias, o coreógrafo parte deste “acto de compaixão” para nos propor uma reflexão sobre a construção da incógnita, lugar de permanente tensão mas de incomensurável poesia.
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